Resenha do Cd Big Love / Simply Red

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BIG LOVE
SIMPLY RED
2015

WARNER MUSIC
Por Anderson Nascimento

Não tem como não dizer que sempre pega muito mal aquela malfadada despedida onde o artista lança um disco e uma “pequena” interminável turnê de despedida. Assim foi com Mick Hucknall quando o mesmo se “despediu” do Simply Red com a “Farewell Tour” que acabou durando dois anos.

Em novembro de 2014, porém, Mick parece ter se arrependido de sua precipitada atitude e anunciou que o grupo voltaria em 2015 para uma turnê comemorativa pelos 30 anos de banda, intitulada “Big Love Tour”. Dessa forma, os fãs já se antenaram para a possibilidade de lançamento de um novo álbum de inéditas, o que foi definitivamente anunciado em abril de 2015.

Com praticamente a mesma formação da banda – trocando apenas o baterista, onde Roman Roth substituiu Pete Lewinson – a banda não se arriscou em terreno arredio, defendendo apenas a sua já conhecida fusão de Soul, Jazz e Pop. Assim é, por exemplo, “Shine On”, faixa que abre o disco, e que foi escolhida como primeiro single do álbum.

O já conhecido balanço do grupo está bem representado também com momentos ótimos como na deliciosa “Daydreaming”, sem dúvida uma das pérolas desse novo disco.

“Big Love”, faixa que dá nome ao álbum, é outro grande momento do disco. A romântica canção bebe sem pudor da fonte que sustentou boa parte da música negra dos anos 1970. Ainda sobre canções românticas, a original “The Ghost of Love” e a balada “Love Gave More” são momentos intensos e sedutores que confirmam o bom repertório do disco, ainda que o ele divague quase que integralmente sobre um mesmo tema. Vale lembrar que este é o primeiro álbum a trazer apenas músicas autorais desde “Life” (1995).

Falando nisso, em entrevistas que antecederam o lançamento do disco, Mick chegou a falar que queria que o seu novo álbum soasse como “Stars” (1986), ou seja, que tivesse aspecto conceitual, tratando de um tema específico. Em “Big Love”, o tema central é a vida do ponto de vista familiar, tratando de assuntos como nascimento, o amor, a morte, e todas as coisas que envolvem o tema. Não à toa o disco encerra com a carinhosa e sutil “Each Day”, mais um acerto da banda no disco.

A balada melancólica “Dad”, segue o conceito desejado para o álbum e vai emocionar muito, não só pela letra, mas também pela sonoridade que remonta baladas antigas. Isso também ocorre com o rockzinho “Tigh Tones”, faixa inspirada pelo Rock feito entre o fim dos sessenta e início dos setenta. Aliás, o clima se acende no finalzinho do disco, com a sequência “WORU” e “Coming Home”, faixas que seguem flertando com o Rock de tonalidades Pop.

É claro que ninguém gosta de ser enganado com despedidas falsas. Mas assim que “Big Love” começa a tocar, o fã (ou até mesmo o ouvinte regular) do grupo certamente vai dar de ombros para essa história de despedida e esquecer que um dia passou pelo desconforto de lamentar o fim da banda que tanto preza.

Resenha Publicada em 12/06/2015





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