Por Valdir Junior
Com a inesperada morte de David Bowie no começo de ano, um novo boom de interesse no velho cameleão já é esperado, com novas reedições de seus discos, novas coletâneas e novas biografias. Mas diante do pouco tempo do ocorrido e para não se enaltecer excessivamente a figura de Bowie e mesmo assim fazer jus a importância à sua arte, é muito mais interessante conhecermos sua vida através de um livro lançado enquanto ele ainda estava vivo.
“Bowie – A Biografia” do jornalista e escritor Marc Spitz, foi lançada em 2009 e traz um relato sério e analítico da vida, obra e todo o contexto cultural, social e histórico em que Bowie nasceu, cresceu e viveu e que diretamente influenciou todo o seu modo de se expressar. Spitz já escreveu sobre Rock e cultura pop para o jornal New York Times e para as revistas Spin, Nylon, Maxim e Uncut, e escreveu livros sobre o movimento Punk, a cena inglesa dos anos 80 e as biografias de Mick Jagger e da banda Green Day.
Logo no começo do livro Spitz se declara um fã de Bowie, mas não deixa que isso afete a sua ótica para narrar à vida do biografado e nem poupar ou amenizar a crítica diante das inúmeras polêmicas em que a figura de David Bowie criou ou esteve ligada. Um ponto alto do livro é a ótima analise que Spitz faz de cada álbum e música gravada por Bowie relacionado-os com os momentos difíceis, alegres e de pura loucura em que foram compostos e gravados.
Altamente recomendado, “Bowie – A Biografia” mostra o quanto inquieto e antenado David Bowie estava com o seu tempo e além dele e explica muito, tanto para os que já o conheciam, quanto para as novas gerações, o porquê de a figura e o nome de David Bowie ter a importância que tinha enquanto estava vivo, colocando-o em um restrito panteão de mitos que influenciaram milhares de pessoas, artistas e músicos por muitos e muitos anos e que agora, com sua morte, continuará essa influência de forma que ainda veremos seus resultados pelos anos que virão.