Resenha do Cd Corte / Corte

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CORTE
CORTE
2017

YBMUSIC
Por Anderson Nascimento

Psicodelia, latinidade e contundência são apenas três palavras, mas juntas podem muito bem definir o primeiro trabalho do grupo Corte.

Liderado pela cantora, compositora e musicista Alzira E, sétima filha da talentosa família Espíndola, o grupo conta ainda com Marcelo Dworecki (baixo, guitarra), Daniel Gralha (trompete e flugel), Cuca Ferreira (sax, flauta) - todos oriundos do Bixiga 70, além de Fernando Thomaz (bateria).

O disco é apropriado para aqueles que querem sair da caixinha de música tradicional. É certo que causa estranheza num primeiro momento, mas ouvidos mais apurados perceberão referências importantes como na canção “Nada Disso” (Alzira E, Arruda A), faixa de abertura do trabalho que remete à psicodelia Beatle de “Only a Northern Song”, lançada pelos Beatles na trilha de “Yellow Submarine” em 1969.

Surgido em 2015 a partir do convite do baxista Marcelo Dworecki o quinteto chegou ao seu primeiro disco após dois anos desde a reunião dos músicos. O trabalho traz dez canções autorais, com parcerias de Alzira com o poeta arrudA e o compositor baiano Tiganá Santana, além de composições solo da vocalista do grupo.

O disco vai proporcionar momentos hipnotizantes como no Rock multifacetado de “Desmonte” (Alzira E, Tiganá Santana), ou passagens mais à vontade como na ótima “Cheguei” (Alzira E, Tiganá Santana), que é instrumentalmente soberba.

O Rock rascante, possibilitado pela voz de Alzira, e pelo talento da banda que produz uma camada sonora propícia, como confirma “Não Existo” (Alzira E, arradA) e “Não Me Invente” (Alzira E), o maior petardo sonoro do álbum, vai te levar a uma viagem inesperada pelo som que nos move a cada dia, aquele que vale a pena.

O disco fecha de forma brilhante com “Dízima” (Alzira E, Tiganá Santana), uma das melhores faixas do disco, que vai marcar em seu inconsciente com o sofrido cantar de Alzira “...quando acabará a dor, que a morte não come...”.

Gravado ao vivo no Estúdio Minduca, o álbum é um surpreendente passeio às texturas e camadas sonoras por vezes ásperas, proporcionando uma experiência sonora realmente relevante.

Resenha Publicada em 29/08/2018





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