Resenha do Cd Documento / Raul Seixas

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DOCUMENTO
RAUL SEIXAS
1998


Por Anderson Nascimento

Em 1998 saía o cd Raul Seixas – Documento. O Projeto começou há muito tempo, na verdade nos anos 70 quando Raul sonhava em gravar um disco com as versões de suas músicas em inglês. O disco se destacou pelos novos arranjos e instrumental completamente novos. Na maioria das músicas, a voz de Raul foi isolada em um canal, enquanto todo o instrumental foi gravado por músicos que já haviam trabalhado com Raul Seixas nos anos 70, além de outros como Milton Guedes e Roberto Frejat. Ainda falando sobre a voz de Raul, a mesma teve tratamento digno, como nunca fora feito antes com suas músicas, sua voz foi remasterizada dando a impressão de que o disco acabara de ser gravado.

Marco Mazzola, que produziu alguns dos mais importantes discos do Raul nos anos 70, foi o responsável por ouvir, separar todo o material e produzí-lo. Na verdade o disco não foi somente de músicas em inglês, como queria Raul, mas acabou sendo um presente para os fãs de Raul no sentido de que o disco trazia versões raras de músicas de Raul e músicas inéditas e, foi também um presente para Raul por trazer as versões de seus sucessos em inglês.

“Love is Magik” teve originalmente sua letra vetada e nesse disco aparece com um arranjo de cordas completamente novo que a tornou uma canção grandiosa. “Mornig Train” é uma linda versão em inglês para o clássico “Trem das sete” e é também o hit do disco. A música ganhou um vídeo clipe feitos a partir de imagens de Raul nos EUA e chegou a ser bastante divulgado na tv na época do lançamento do disco. “Faça, Fuce, Force” é a canção inédita do disco e com sua letra super irreverente Raul dá um show de em sua interpretação de igual irreverência. Em “Blue Moon of Kentucky” o álbum apresenta a já tradicional fusão do seu “Rock-Baião” onde mistura Elvis com Luiz Gonzaga. “Organge Juice” é a versão gringa de “SOS”. “Check up” é uma versão alternativa da música que fora censurada na época da ditadura e lançada somente no disco “A pedra do Gênesis” de 1988 com a letra modificada. Em “Raul Documento” “Check up” vem com uma linda interpretação de Raul muito diferente da versão oficial. “How Could I Know” e “Let Me Sing, Let Me Sing” são não possuem versões diferentes e entraram no disco devido ao valor histórico. “Rochixe” é uma versão inédita da mesma música. “White Wings” é a versão em inglês para “Asa Branca” de Luiz Gonzaga. “Se o rádio não toca” é uma versão muito bem produzida de uma música não lançada por Raul. Mas infelizmente não fecha com chave de ouro, a música “É fim de mês” pode ser chamada de “o maior assassinato da história”. Somente a voz de Raul foi mantida e no instrumental foi colocado um fundo meio dance, completamente fora de contexto, o som chega nos dá impressão que foi feito no nosso próprio computador com aqueles programinhas freeware.

Ainda assim, no fim das contas este disco tem o resultado super positivo, devido à qualidade sonora das músicas, da compilação em si e das versões inéditas que o disco traz. Comparando com a coletânea lançada recentemente “Anakilópolis”, “Documento” dá um banho, tanto na satisfação proporcionada ao fã quanto na importância histórica do registro das canções.

Resenha Publicada em 01/01/2002





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