Resenha do Cd The Thoughts Of Emerlist Davjack / Nice, The

THE THOUGHTS OF EMERLIST DAVJACK title=

THE THOUGHTS OF EMERLIST DAVJACK
NICE, THE
1967

IMMEDIATE
Por Johnny Paul Soares

1967 foi um ano importante e ao mesmo tempo marcado por “esquisitices” mutantes dentro da música pop. Tudo o que emergia na cena passava por retoques de estúdio e cada vez mais o virtuosismo chegava para marcar a época da música Psicodélica e os primeiros passos do Progressivo. Assim aconteceu com os ingleses do The Nice, banda formada apenas com o intuito de servir de apoio para a cantora de Soul P.P. Arnold. Engraçado que a banda passou a chamar mais atenção depois de algumas apresentações, culminando na decisão coletiva de entrarem em estúdio para registrarem material próprio com o crescente movimento lisérgico que mostrava grandes forças naquele ano, mas o plano não ficou só nisso, e então todos aqueles elementos ambiciosos musicais se cravaram neste lindo trabalho, que por muitos é considerado como o primeiro disco de Rock Progressivo da história, ganhando em bate-papos até mesmo do poderoso In Court of the Crimson King, da banda King Crimson, de outro ambicioso da área, o guitarrista Robert Fripp.

Keith Emerson (órgão e piano), Lee Jackson (baixo e vocais), David O’List (guitarra e vocais) e Brian Davidson – este que por sua vez, naquele momento, havia substituído o baterista Ian Haghe – (bateria), com apenas dois meses de formação do grupo, começaram o trabalho no Olympic Studios pelo selo Immediate. Não dá para negar que quase todo o brilho desse debut se deve ao talento indiscutível de Keith Emerson, com o teclado se tornando, muitas vezes, o personagem principal do disco, com suas visíveis influências de gente do jazz do porte de Dave Kubrick e Carl Philipp Emanuel Bach, vide todo o charme da maravilhosa faixa-título e da instrumental Rondo, esta última com seus 8 minutos de duração, e que também seria tocada nas apresentações do início do Emerson, Lake & Palmer, mas aí já é outra história...

Toda a aura progressiva que cresceria no início dos anos 70 estão divididas em partes em The Thoughts of Emerlist DavJack de uma maneira única de distribuição entre teclados, guitarras e um baixo galopante de cortesía de Lee Jackson. E ainda temos aqui o lamento sem igual de The Cry of Eugene e do poderio clássico e avassalador de America (talvez toda essa veia musical de Keith Emerson tenha gerado um leque de seguidores, transformando de modo significativo tudo o que seria feito à partir daquele ano de 1967 na música clássica e progressiva). As guitarras cortantes de David O’List já se mostravam, dois anos antes de toda uma revolução no cenário, uma verdadeira oferta de peso em 6 cordas. Me lembra bastante o que o King Crimson fez em estúdio com seu álbum de estreia que, quando apreciado, as paredes parecem mover de lugar com grandes camadas sonoras de ilusão (mas não... não há nada de ilusão alí), quando na verdade o The Nice já experimentava uma crueza sem igual nesse debut.

O nome do álbum parece vir de qualquer livro grego do século XVIII, mas é só prestar atenção, são apenas o nome dos integrantes misturados, dando um ar misterioso ao trabalho. O primeiro álbum do The Nice não pode passar batido, ainda mais quando se procura saber as origens do Rock Progressivo. O disco está entre os “50 Albums The Built Prog Rock”, pela Classic Rock Magazine.

Resenha Publicada em 26/07/2016





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