Resenha do Cd Pacific Daydream / Weezer

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PACIFIC DAYDREAM
WEEZER
2017

ATLANTIC RECORDS
Por Fabio Cavalcanti

O Weezer sempre foi uma banda de altos e baixos, seja em estilo ou qualidade musical. Após mais de duas décadas e dez álbuns lançados, o quarteto californiano poderia investir apenas em sua “fórmula do sucesso”, a qual consiste num turbilhão de temáticas "nerds", guitarras pesadas e melodias “fofinhas” – e que resultou, por exemplo, no excepcional disco "Everything Will Be Alright in the End" (2014). Porém, seu décimo-primeiro disco, intitulado “Pacific Daydream”, nos traz apenas sabores novos... e indigestos.

Rivers Cuomo e seus queridos comparsas nos entregam 35 minutos de uma sonoridade que, apesar de concisa e corajosa, não passa de uma massa pastosa de pop/rock moderno com batidões arrastados e sutilmente eletrônicos, além de guitarras apagadas. Os "animados" singles "Mexican Fender" e "Feels Like Summer" representam bem essa essência, além de nos levarem à pergunta: essas duas coisas pasteurizadas deveriam ser os novos hinos do Weezer?

De positivo, temos aqui as adoráveis letras irreverentes e divertidas de sempre, em um caleidoscópio de aventuras - e desventuras - típicas de um "losers club" formado por quarentões. Os astros se alinham de forma certeira na excelente - e comovente - "Sweet Mary", e no divertido rock "La Mancha Screwjob".

Infelizmente, o acervo de boas ideias temáticas acaba se perdendo em faixas como as cafonas "Weekend Woman" e "QB Blitz". Ainda temos o quase hip hop "Beach Boys", o qual não passa de uma tentativa risível de chegar a lugar nenhum. E "Happy Hour" soa tão sonolenta quanto... bem, qualquer coisa que não seja uma hora feliz. E o que falar do rock insosso "Get Right", o qual está longe de ser o acerto propagado pelo seu próprio título? Por fim, "Any Friend of Dianes" nos faz querer ser amigos de qualquer pessoa, menos da tal Diane.

No final das contas, é bem provável que os iniciados do universo rocker noventista atravessem a audição de "Pacific Daydream" com apenas uma ideia na cabeça: puxa vida, como eu adorava a alma e energia do "Blue Album", "Pinkerton" e "Green Album". De toda forma, o novo álbum do Weezer nos mostra bem o que é que não queremos escutar desses quatro - e ainda carismáticos - "nerds".

Resenha Publicada em 09/11/2017





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