Resenha do Cd Ao Vivo No Clandestino / Pepe E Os Estranhos

AO VIVO NO CLANDESTINO title=

AO VIVO NO CLANDESTINO
PEPE E OS ESTRANHOS
2021

INDEPENDENTE
Por Thais Sechetin

Acho desnecessário perguntar se alguém que está em casa há tanto tempo sente vontade de sair e assisitir uma banda ao vivo. Da minha última vez, passou-se já um ano, dois meses e 23 dias (não que eu esteja contando) e eu quase não conseguia me lembrar do que era ouvir um som com a luz ambiente mais baixa, dos burburinhos entre uma música e outra, os “uhuus” da galera , de trombar com algum estranho pelo bar e fazer algum comentário bobo a respeito do que acontece na noite ou até mesmo do cálculo mental que eu azia pra descobrir como eu furaria uma muvuca de gente dentro de um espaço às vezes menor que a cozinha da minha casa, só pra poder chegar ao banheiro.

Ao ouvir o trabalho de Pepe Bueno e Os Estranhos, o “Ao Vivo No Clandestino”, me dei a permissão de fechar os olhos e relembrar essas sensações por quase meia hora - a duração do álbum - e recomendo. “Ao vivo no Clandestino” foi gravado e simultaneamente lançado dia 28 de abril, contando com 6 faixas, transmissão ao vivo por várias redes sociais de música e o saudoso clima de pub, boteco, bar de música, rolê, enfim, como você preferir chamar. Claro, tudo sem plateia: Aqui, o termo “clandestino” a gente só usa pra divulgar o nome do bar onde ocorreu o evento, o Clandestino Estúdio, localizado na Rua Augusta, em São Paulo, local cujo hoje eu percebo que cometi o pecado de não conhecer, ainda. O trabalho foi lançado pelo selo Estação Discos, que trabalha com novas bandas nacionais bem legais de conferir.

O álbum conta com o repertório de Pepe Bueno (baixista e fundador da Banda Tomada), junto com Os Estranhos: o baterista Gabriel Martini (Guilherme Arantes) e os guitarristas Xande Saraiva (Baranga) e Rodrigo Hid (Patrulha do Espaço e Pedra).
Os músicos abrem a apresentação com o Rock “Tempo, um mundo diferente” e o Blues divertido “Você é uma maluca”, a música mais divertida do projeto, que tiraria todo o público da mesa e colocaria na cara do palco.

Em “Ao vivo No Clandestino'' a banda tocou o clássico “Arrepiado”,que pertence a primeira fase de uma das maiores bandas do Rock Nacional, a Patrulha do Espaço. Já “Xerox Plastificado” é um dos primeiros singles de Pepe Bueno e Os Estranhos, lançado em 2018.

Outra coisa bem legal de ouvir é a instrumental “Se abra”, cujo título é uma homenagem de Pepe ao músico Rene Seabra (Controlle e Patrulha do Espaço). A música no disco, tocada pelos Estranhos, é de antes da formação da banda ,em 2016. E pra fechar a apresentação, a banda toca a minha música favorita “Último Dia de Verão”, acho que é porque é a que mais me traz a sensação de estar em um show ao vivo, em um lugar aberto, em um dia de sol...

Ter a oportunidade de ser apresentada ao trabalho de Pepe Bueno e Os Estranhos, (o que aconteceu durante a pandemia e toda essa época de distanciamento, suspensão de planos e muitas incertezas), me trouxe várias nostalgias e esperanças: A nostalgia do clima de música ao vivo, que é incomparável a qualquer experiência que eu já tenha passado, seja em um bar, em um parque ou em um estádio lotado. Me trouxe de volta a memória do ambiente de um fim de semana descansando com os amigos, a sensação de pertencer a uma grande metrópole, onde as coisas acontecem e as pessoas se conhecem. A parte da esperança fica no pensamento e no sentimento forte de que um dia os verei ao vivo nesses ambientes que tanto fazem parte da vida de quem aprecia arte, música, barulho e vida.


Resenha Publicada em 19/06/2021





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