Resenha do Cd Working On A Dream / Bruce Springsteen

WORKING ON A DREAM title=

WORKING ON A DREAM
BRUCE SPRINGSTEEN
2009

SONY MUSIC
Por Fabio Cavalcanti

O cantor norte-americano Bruce Springsteen nunca chamou tanta atenção por aqui, embora tenha emplacado inúmeros hits e seja bastante cultuado em sua terra natal. Na verdade, essa realidade nem chega a ser exatamente estranha ou injusta, visto que há uma maior facilidade de identificação por parte do público norte-americano, tanto com a sua ideologia quanto com o estilo de suas músicas.

Mas, deixando esses detalhes um pouco de lado, e levando em conta a qualidade de sua obra, é interessante notar que os álbuns de Bruce Springsteen gravados com a sua E Street Band (especialmente os inquestionáveis "Born to Run" e "Born in the U.S.A."), representam o que há de melhor em sua discografia. Isso é notável em "Working on a Dream" (2009). Mais uma vez, a produção ficou a cargo de Brendan O'Brien, que apostou em algo um pouco mais "carregado", mas sem esquecer as guitarras e violões típicos da maioria das canções de Springsteen.

E falando em E Street Band, pode-se esperar aqui um Bruce Springsteen voltado a uma sonoridade não muito desafiadora em termos de estilo e estruturas musicais, mas soando quase sempre interessante. Neste novo trabalho, o veterano roqueiro continua em boa forma, e despeja bons rocks como o "quase faroeste" "Outlaw Pete" e as energéticas "My Lucky Day" e "Surprise Surprise", além das suaves "Working On A Dream" e "Kingdom Of Days". Já "Queen Of The Supermarket", com uma temática tão "bobinha", soa um tanto pretensiosa demais em termos de produção.

Mais pontos altos do álbum se encontram na inspirada "What Love Can Do" (excelente!), na blueseira "Good Eye", e no gostoso rock melodioso "quase sessentista" "This Life". E como a vertente mais "lentinha" de Springsteen também não poderia ficar de fora, temos o razoável country "Tomorrow Never Knows" e a acústica "The Last Carnival". Já "Life Itself", soaria melhor como um rock, visto que suas marcações se mantêm ao longo da música, como um "teaser" para algo que nunca chega de fato...

E quanto às letras? Apesar de não ser exatamente um gênio (e no rock, quem precisa ser?), Springsteen continua com o pé firme "no seu lugar", contando histórias de pessoas comuns, além de apostar também em temáticas sobre sentimentos diversos. Como de costume, para os fãs, não há o que reclamar deste departamento.

Claro que, em uma discografia grande e marcada por clássicos, "Working On a Dream" não estará entre as obras mais impactantes de Bruce Springsteen. E o fato deste álbum ser inferior ao ótimo "Magic" (2007) também pode resultar em avaliações negativas, por parte de ouvintes e críticos mais chatos. Mas, considerando que o cantor não precisa provar mais nada para ninguém, é importante receber de "ouvidos abertos" mais um competente álbum na competente discografia do "The Boss"!

Resenha Publicada em 07/10/2013





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