Resenha do Cd Perto / Olivia Genesi

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PERTO
OLIVIA GENESI
2003

TRATORE
Por Anderson Nascimento

Em 2003 a cantora paulista Olivia Genesi lançava o seu segundo álbum. Distribuído pela Tratore, “Perto”, trazia como referência a modernidade de seu som, o que acabou se tornando uma de suas maiores características.

Onze anos depois é fácil perfilar a cantora com base em sua atraente obra, e é curioso voltar todo esse tempo e conhecer mais uma das faces, sempre baseadas no trinômio livre-leve-solta, dessa talentosa artista.

Uma dessas faces pode ser percebida nesse álbum ao qual a cantora desfila canções de sonoridades que lembram a noite e seus clubes e bares descolados, onde boas companhias são capazes de tornar a mais simples noite em um momento inesquecível. E esse é o maior barato desse disco, provocar a sensação de estar em uma noite como essas.

Mesmo sabendo que a cantora estava defendendo ainda o seu segundo disco, já é possível perceber traços que remetem à Olívia do presente. “O Claro dos Relâmpagos” é um desses momentos, já que consegue caracterizar e resumir a carreira da cantora Olívia Genesi, com o belo instrumental e o ótimo casamento entre letra e música, em faixa que tem a responsabilidade de abrir o disco.

Outra característica marcante é a perspicácia da cantora ao potencializar o delicioso minimalismo da faixa-título do álbum. Aliás, a faixa “Perto”, dita a tonalidade do que se propõe o álbum, ou seja, falar de amor sob seus diversos aspectos.

Quem já conhece o trabalho da cantora sabe que o dom de falar de amor é aspecto intrínseco à cantora, que volta e meia fala do amor, não só da primeira forma que o amor vem à nossa cabeça, mas também do amor a outros elementos que nos rodeia, como a música, o sol e o mar.

Interessante reconhecer que já nesse disco, temas recorrentes na obra da cantora Olívia já ganham força. “Conchas do Mar” e a ótima “Nas Asas da Música” abordam temáticas exploradas com sucesso no disco “Melodias de Sol em Pleno Azul” (2013).

Há ainda espaço para dar uma fugidinha do estilo predominante do álbum e emendar, quase no fim do disco, a tropicalista “Não Há Ninguém”, outro grande destaque de “Perto”, em faixa que chega a lembrar o som dos Mutantes.

Com 15 faixas, e participações de gente como Luís Bueno (Duofel) e Mário Manga, “Perto” é de longe uma boa oportunidade de adentrar no seminal processo criativo da cantora, compositora e produtora que, desde sempre, equilibrou coragem e amor com ousadia.

Resenha Publicada em 25/03/2014





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