Resenha do Cd Brothers And Sisters / Allman Brothers Band, The

BROTHERS AND SISTERS title=

BROTHERS AND SISTERS
ALLMAN BROTHERS BAND, THE
1973

UNIVERSAL MUSIC
Por Tiago Meneses

Em Agosto do ano de 1973, a Allman Brothers Band não apenas lançaria mais um disco de estúdio, mas um dos seus melhores trabalhos entre toda a discografia do grupo. O dilema por trás disso tudo estava em como a banda se comportaria pela primeira vez sem contar com absolutamente nada de Duane Allman, um dos maiores talentos da guitarra daquele tempo e que faleceu em um acidente de moto aos 24 ao colidir com uma caminhonete, e com quase nada de Berry Oakley(algumas das ideias deixadas pro álbum ainda eram dele), baixista e também um dos fundadores do grupo, que morreu quase um ano depois e bem próximo de onde ocorrera o acidente com Duane. Igualmente em um acidente de moto, mas no caso de Oakley, batendo em um ônibus.

Em “Brothers and Sisters”, a Alman Brothers pode não fazer com que o auge comercial e criativo caminhem exatamente lado a lado, mas é inegável que ambos estão em alta no disco. Em se tratando do comercial, foi onde a banda deu o seu salto mais alto até aquele momento. Outra coisa que pode ser vista como unânime é a maneira como a banda soube lidar com as perdas do calibre de Berry e Duane(esse então nem se fala), ou seja, de maneira madura e que outras bandas na mesma situação, com certeza teriam eram optado por encerrarem suas atividades.

O álbum é um desfile de boas canções e que carregam características diversas. Abre com, “Wasted Words”, de levada funk, uma das, ou mesmo A, música com maior groove entre todas as apresentadas na discografia da banda. Foi uma excelente maneira de abrir as portas aos que queriam visitar todo interior do álbum. A próxima é, “Ramblin 'Man”, acho que não tem como gostar de Allman Brothers e não conhecer essa música. Um verdadeiro clássico da banda, do Southern e do Rock em geral. Mesmo com um começo que pode ser muito caipira, logo toma um rumo tecnicamente que marca o estilo dos Brothers soar.

A faixa seguinte é, “Come and Go Blues”, onde a banda não mostra uma grande criatividade e nem deixa a desejar. A típica música, “ok”. Mas destacaria a sua segunda metade onde nos é apresentado uma instrumental bastante bonita. Em “Jelly Jelly” é onde mais se pode notar uma nítida falta do baixo de Berry Oakley e da guitarra bluseira de Duane Allman. A música não é apagada, mas brilha bem menos do que poderia.

Terminado o blues da faixa anterior, “Southbound” coloca novamente um gás no álbum através de uma levada que lembra com a que o mesmo começou. Uma bela interação entre todos os instrumentos. Ótimo solo de piano e guitarra. Em “Jessica”, uma homenagem a filha do guitarrista Dickey Betts, apresentam uma instrumental meio repetitiva no seu início, mas que não tiram o valor de um dos maiores clássicos da banda. Entre as faixas instrumentais, provavelmente o maior deles. Uma grande performance de guitarra, novamente um belíssimo solo de piano ao melhor estilo, “piano bar” sobre uma instrumental bastante alegre. A 7° e última música de “Brothers and Sisters” é, “Pony Boy”, um country rock do mais alto nível com direito a um desempenho ímpar de Betts na slide guitar e um vocal bastante afável. Uma verdadeira pérola infelizmente muitas vezes esquecidas até mesmo pelos amantes da banda.

“Brothers and Sisters” foi sem dúvida uma resposta a todas as dúvidas em torno do que seria o grupo após duas importantes baixas. Responderam da melhor maneira possível, com o lançamento de não apenas um disco a ser considerado “tapa buraco”, mas sim, através de um registro que segue atemporal e figura fácil entre os mais conhecidos e admirados do Southern Rock em todos os tempos

Resenha Publicada em 27/08/2014





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