Resenha do Cd Razamanaz / Nazareth

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RAZAMANAZ
NAZARETH
1973


Por Anderson Nascimento

Formada em 1968, a banda escocesa, Nazareth, não esperava que um dia sua música fosse conquistar o mundo do Rock. Ao saírem de seu país natal e mudarem para a Inglaterra, a banda deixou de tocar covers e partiram para o primeiro disco, homônimo, lançado em 1971 trazendo um forte apelo ao blues misturado com hard rock. Mas foi somente no terceiro disco da banda que algo aconteceu. Razamanaz, lançado em 1973, colocou a banda no Top 10 britânico, o que galgou logo um lugar para a banda no primeiro escalão do rock da época, chamando a atenção dos americanos e de muitas pessoas envolvidas com aquela cena roqueira. Entre essas pessoas estava Roger Glover, baixista da já famosa banda "Deep Purple", e também banda a qual o Nazareth abria os shows. A postura e atitude da banda em seus shows, despertou logo o interesse de Glover que se ofereceu para produzir o que seria o próximo disco da banda. O resultado da maturidade adquirida em vários shows e dois discos já lançados, aliada com o toque pessoal de Roger Glover, foi um surpreendente álbum de Rock'n'Roll, cheio de atitude, letras fortes, coeso e fundamental na discoteca de qualquer apreciador do estilo.

Quem ouve o álbum a primeira faixa do disco, logo percebe a influência do Rock básico da década anterior, só que representado aqui com uma "moderna" roupagem setentista. A faixa "Razamanaz" chega a lembrar "Birthday" dos Beatles. Guitarra com som penetrante, baixo ponteando toda a faixa fazem com que você queira ouvir logo todo o disco do começo ao fim. A música que posterga a primeira faixa do disco, "Alcatraz", traz uma letra relevante, forte e muito representativa para o contexto em que a época do álbum está inserida. As guitarras são novamente o ponto forte da música. "Vigilante Man" começa bem devagar com um arranjo fantástico, a música começa a mostrar o potencial da voz rouca de Dan McCafferty que mapeia o clímax da música com vocais agudos e ensurdecedores. "Woke up this mornig" é a segunda investida em rock básico do disco e é, ao mesmo tempo, tão moderna que chega a lembrar "Some Might Say" feita 22 anos depois pela banda britânica Oasis. O disco segue com a rítmica e enigmática "Night Woman", e chega ao primeiro hit radiofônico do disco, "Bad, bad boy", a cara dos anos 70, lembra aqueles filmes de adolescentes americanos que vivem aprontando nas escolas e universidades. A seqüência é um pouco mais devagar, porém contestada e anti religiosa, "Soul Sold", traz um instrumental que a deixa ainda mais sombria. "Too bad, too sad" revela o entrosamento da banda, onde cada um mostra o seu destaque pessoal. Finalmente o disco encerra com o 2º hit do disco, a bela "Broken down angel", linda melodia, pouco peso, refrão de fácil memorização, típica para fim de festa mesmo.

O sucesso mundial só viria mesmo dois anos depois com o disco, "Hair of the dog" que, puxado pelo hit "Love Hurts", até hoje o maior êxito da banda, vendeu mais de um milhão de cópias, mas Razamanaz é básico, surpreendente, envolvente e objetivo, características que o torna item indispensável em qualquer discoteca de Rock'n'Roll.

Resenha Publicada em 15/04/2005





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