Resenha do Cd Time / Electric Light Orchestra

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TIME
ELECTRIC LIGHT ORCHESTRA
1981


Por Anderson Nascimento

O início dos 80 foi muito cruel com a velha guarda do Rock, o que se viu foram grandes ídolos do passado se afundando na tentativa de fazer discos moderninhos e pretensiosos, muitas vezes alterando até o seu estilo próprio para soar anos 80. Paul McCartney lançava o seu primeiro álbum pós-Wings, o fraquíssimo "McCartney II", os Rolling Stones com o sem sentido "Emotional Rescue", o Queen com o vazio "Hot Space", o The Who fazendo cover de si mesmo com "It's Hard", só para citar alguns grande artistas que cometeram esses álbuns.

Mas nem tudo estava perdido, em 1981 Jeff Lyne junto com a Electric Light Orchestra anunciavam um novo tempo, uma nova era, cheia de saudosismo e um pressentimento inquietante do que poderia nos reservar o futuro. Sem a Orquestra tradicional de seus discos anteriores e com o elenco reduzido a quatro integrantes, coube aos sintetizadores e teclados ceder suas teclas e botões para que de dentro deles saíssem sons que formariam a trilha sonora do futuro, um futuro pouco desejado mas iminente. O disco se sai muito bem na função que lhe é designada e transcorre como se fosse um filme sendo apresentado aos seus espectadores: "Senhoras e Senhores, eu trago uma mensagem de uma nova era, onde a escuridão e a luz andam juntas, e por você andar pelos corredores da sanidade, você se sente feliz, mas incapaz de ir além. Eu tenho uma mensagem de um novo tempo..." (Prologue - Trad. Livre, Anderson Nascimento). E por aí vai, será que já não estamos nesse futuro onde a luz e escuridão já se fundiram? Vivemos com medo todos os dias... quem diria, o "Poder Paralelo" (isso mesmo, com letras maiúsculas!!!) tomou conta do Rio de Janeiro, um novo dialeto é falado nos morros, novas leis... nem os EUA estão livres do pânico em que vivemos neste momento, tragédias no WTC, atiradores que matam à deriva...

"Se lembra dos bons e velhos anos 80? Quando as coisas eram tão descomplicadas? Eu gostaria de poder voltar lá novamente, e tudo seria como antes". (Ticket the moon - Trad. Livre, A.N). E por aí vai, o disco é uma verdadeira viagem com passagens lindas como em "Ticket To The Moon" onde Jeff diz "Consegui um ticket para a lua, e estarei subindo bem alto acima da Terra muito em breve, e as lágrimas que eu chorar cairão como chuva levemente em sua janela". Aliás esta música é de fazer chorar mesmo, principalmente nos dias de hoje.

O disco segue com momentos paradisíacos como "The lights go down", angustiantes "Here the news", até fechar em grande estilo com Harrisonniana "Hold On Tight" onde Jeff impressiona com vocais que remetem aos anos 60, totalizando uma música perfeita onde os coros e harmonias soam uníssonas e sua letra nos passa uma mensagem de otimismo e de esperança.


Graças à Jeff Lyne e a Electric Light Orchestra um tesouro foi deixado no início dos anos 80 e está aí para a nossa geração e a que virá à procura de "Time" e dos bons e velhos anos 80.

Resenha Publicada em 17/11/2004





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