Resenha do Cd One Hot Minute / Red Hot Chili Peppers

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ONE HOT MINUTE
RED HOT CHILI PEPPERS
1995

WARNER MUSIC
Por Anderson Nascimento

O estrondoso sucesso de “Blood Sugar Sex Magik”, primeiro auge da banda californiana Red Hot Chilli Peppers, deixaria profundas marcas no currículo do grupo. A começar pela exposição a qual a banda, mesmo com os seus até então doze anos de existência, não estava acostumada nem preparada para suportar.

John Frusciante, após quatro anos de banda, resolve deixar o grupo alegando não suportar o cansaço, as viagens e a pressão provocada pela longa turnê acarretada pelo sucesso que o álbum atingiu; Flea foi acometido por uma fadiga crônica que o obrigou a ficar um ano de molho para recuperação, e seu estado ainda viria a piorar com a morte de River Phoenix, grande amigo da banda; Anthony Kiedis, durante esse período nebuloso, teve uma recaída em seu vício em heroína, após cinco anos longe do vício.

Para piorar, a busca por um guitarrista fixo continuava árdua, com vários músicos revezando no posto, até que Dave Navarro, guitarrista da banda Janes Addiction, aceitou o convite para se tornar membro oficial da banda.

A entrada do guitarrista e a fragilidade a qual se encontrava o grupo resultaram em uma incrível mudança no som do Red Hot. Dave, trouxe influências de Rock pesado e até de Heavy Metal para a banda, o que causou uma grande estranheza aos fãs acostumados ao Funk-Rock original do grupo.

Apesar de o grupo ter se mandado para o Hawaii com o objetivo de buscar inspiração para o álbum, todo o clima pesado dos últimos anos e acontecimentos recentes como a morte de Kurt Cobain, inspiração da bela balada “Tearjerker”, resultariam em um álbum de clima soturno e melancólico , abordando assuntos como vício em drogas, depressão, angústia e luto.

Faixas como “Lets Make Evil”, que retrata o difícil relacionamento de Anthony com a família de sua namorada de dezessete anos, acabam revelando o quanto aquele período estaria refletido no álbum.

O disco rendeu ao grupo três singles, o Rock “Warped”, “Aeroplane”, o single mais bem sucedido que, no entanto, não chegou a empolgar, e a belíssima "My Friends", faixas que, por coincidência ou não, não foram tão afetadas pelo estilo do novo guitarrista.

Por outro lado, a presença de Dave Navarro também tem os seus lados positivos. Em “Shallow Be Thy Game”, a banda apresenta uma canção forte, pesada, mas com um interessante apelo, apesar de fugir da marcante característica do grupo. A faixa título “Onde Hot minute”, apesar de não lembrarem em nada o som do antigo Red Hot são também é uma interessante faixa dentro do álbum.

O caso da faixa “One Big Mob”, já é exatamente o contrário. Ela lembra o início da carreira da banda, fato que poderia ter feito da canção uma boa música, não fossem as improvisações e a sequência nonsense da mesma.

Mesmo investindo em novas sonoridades, o álbum atravessa vários momentos mais fracos. Casos de “Walkabout ”, uma tediosa espécie de funk-samba , e da longa e bizarra “Deep Kick”.

O resultado final foi um álbum que levou a banda a um fracasso comercial, vendendo menos que a metade que o disco anterior, deixando o álbum com status de disco esquecido, tanto que a coletânea “Greatest Hits”, lançada pela banda em 2003, traz desse álbum somente a faixa “My Friends”.

Apesar de o disco refletir um período onde a banda deu alguns passos atrás em sua carreira, “One Hot Minute” reflete historicamente um período importante e, ao mesmo tempo, tenso para o grupo, que quase chegou ao fim prematuro por diversas vezes entre a esgotante turnê de “Blood Sugar Sex Magik” e o fim dos shows do álbum “One Hot Minute”.

Em 1998 Dave Navarro deixou a banda, enquanto isso, John Frusciante, falido e afundado nas drogas, inicia o processo de reabilitação. Ambos os fatores culminariam em uma nova fase do Red Hot Chilli Peppers, mas isso é assunto para outra resenha.

Resenha Publicada em 15/09/2011





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