Resenha do Cd Along Came A Spider / Alice Cooper

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ALONG CAME A SPIDER
ALICE COOPER
2008

HELLION RECORDS
Por Fabio Cavalcanti

É fato que a maioria dos artistas de rock clássico são facilmente lembrados por muita gente, mesmo por aqueles ouvintes mais casuais e desprovidos de maior conhecimento do gênero. Porém, até esse estilo possui uma "segunda divisão", na qual se encontram certos nomes que mereciam maior destaque em sua longa carreira. Entre eles, temos Alice Cooper, um dos pioneiros do chamado "shock rock", e que acaba de lançar o seu vigésimo quinto álbum: "Along Came a Spider" (2008).

Com uma discografia marcada por altos e baixos (muito mais em termos de estilo do que qualidade), a "Tia Alice" entrega mais um trabalho ousado, e um pouco diferente do que se pode ouvir no seu álbum anterior (o razoável "Dirty Diamonds", de 2005). Pra começar, "Along Came a Spider" é um álbum conceitual, que conta a história de um assassino em série chamado Spider. Maiores detalhes não precisam ser revelados, visto que a tarefa de ouvir o álbum pode ser tão agradável quanto assistir a um delicioso filme trash... e dos bons!

Após um monólogo introdutório, o álbum é iniciado com "I Know Where You Live", um ótimo rock 'n' roll que leva o ouvinte à fase setentista de Cooper em grande estilo. A partir da pesada "Vengeance Is Mine", pode-se notar que a sonoridade "vintage" e produção crua do álbum anterior foram mesmo descartadas, em função de uma maior dosagem entre "clássico" e "moderno", além de uma produção mais polida.

Em seguida, temos mais petardos, como a irreverente e divertida "Wake the Dead", a poderosa e grudenta "Catch Me If You Can", a curiosíssima (e ótima) "(In Touch with) Your Feminine Side", e a vibrante "Wrapped in Silk". Porém, o álbum perde um pouco o ritmo com a faixa "Killed by Love", uma balada totalmente sem graça e sem sal. Mas, a redenção surge através da energética e "assustadora" "I'm Hungry", uma das melhores faixas do disco. E "The One That Got Away", mais um bom rock, introduz de forma competente o "ato final" da história, deixando o ouvinte mais interessado pelo seu desfecho.

A balada "Salvation" chega a ser fiel à essência de Cooper, mas também mostra que o lado "light" de "Along Came a Spider" deixou muito a desejar. E por fim, temos a sombria "I Am the Spider", um encerramento digno de uma boa obra de Alice Cooper. O rápido monólogo ao final dessa faixa também é bastante curioso...

Para o ouvinte já acostumado com as várias facetas de Alice Cooper, a experiência de ouvir "Along Came a Spider" é satisfatória logo na primeira audição. Quanto ao ouvinte novato, é importante que este procure por álbuns clássicos como "Killer" (1971) e "Billion Dollar Babies" (1973), para entender melhor a essência "quase teatral" do artista, e assim conseguir "digerir" melhor o novo álbum. Seja como for, o fato é que temos aqui mais uma bela obra na competente discografia da "Tia Alice"!

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Publicado originalmente no blog "Rock em Análise".

Resenha Publicada em 17/03/2013





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