Resenha do Cd Mojo / Tom Petty

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MOJO
TOM PETTY
2010

REPRISE RECORDS
Por Anderson Nascimento

O blues “Jefferson Jericho Blues” que abre “Mojo”, décimo segundo álbum de Tom Petty com sua banda “The Heartbreakers”, exibe um disco com a pegada de uma banda afinadíssima, e é assim que o som rola toda vez que o grupo de Petty se reúne para gravar um disco.

Nessa linha a banda leva boa parte do disco, com canções que mais se parecem com uma grande Jam, caso de “Firt Flash of Freedom” e “Running Man´s Bible”, ambas com mais de seis minutos de duração, com o instrumental da banda comendo solto no estudio.

Dois fatores parecem contribuir para a incrível performance da banda ao logo do disco. Primeiro a abstinência, já que desde o álbum “The Last DJ”, lançado em 2002, Tom Petty não lançava um disco de estúdio com sua banda; segundo o fato de o novo álbum marcar a volta de Ron Blair, baixista original da banda que havia desertado em 1981.

Em “The Trip To Pirates Cove” temos a banda explorando um pouco mais de melodia, assim como em “No reason To Cry”, uma linda balada que se destaca como uma das músicas mais belas do disco. Os anos cinqüenta também estão representados no álbum, a música “Candy” consegue recuperar de forma competente esse estilo.

Uma pena que a banda não sustenta o bom início do álbum ao longo de todo o disco, a partir da oitava música o álbum tem uma vertiginosa queda, passando por momentos entediantes como em “U.S. 41” que traz um efeito vocal bem chatinho, ou em “Dont Pull Me Over” uma espécie de reggaezinho e “Lovers Touch”, também dispensável.

O equilíbrio ocorre com canções do nível de “High in The Morning”, de levada mais pop e “Good Enough, ótima canção elegida como um dos singles do álbum, com boa pegada instrumental.

O álbum foi muito bem recebido na época de seu lançamento, chegando a vender mais de trezentas mil cópias e alcançado as primeiras posições em importantes paradas de sucesso. Baseado no Blues, porém, “Mojo” deixa a desejar e chega até a desapontar aqueles que estão esperando um pouco mais de harmonia sonora, conforme a sua voz e sua competente banda podem proporcionar, mas para um artista do quilate de Tom Petty, a escorregada está perdoada.

Resenha Publicada em 28/03/2011





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