Resenha do Cd Poison's Greatest Hits: 1986–1996 / Poison

POISON

POISON'S GREATEST HITS: 1986–1996
POISON
1996

EMI MUSIC
Por Anderson Nascimento

No auge da retomada do Glam, estilo/estética musical que figurava agora sobre o Metal e o Hard Rock, surgia a banda americana Poison. Formado originalmente na Pensilvânia, o grupo só começou efetivamente a trilhar o caminho do sucesso com a sua mudança para Los Angeles.

A mudança veio acompanhada de uma série de acontecimentos, o primeiro foi a troca do nome do grupo de “The Spectres” para “Poison”, depois o acordo para uma série de apresentações no importante clube “The Troubador”, até que o guitarrista Matt Smith deixa banda e, em uma audição para ocupar o seu lugar (da qual participou também o Guns and Roses Slash), recrutaram o guitarrista nova iorquino C.C. DeVille.

Com a banda estabelecida, assinaram contrato com o selo independente “Enigma Records”, onde lançaram “Look What the Cat Dragged” (1986), álbum que surpreendeu as expectativas vendendo quatro milhões de cópias e apresentando quatro singles: "Cry Tough", "Talk Dirty To Me", "I Won't Forget You" e o que viria a ser o primeiro clássico da banda "I Want Action".

Impulsionado pela MTV, o sucesso do álbum levou o grupo a abocanhar um bom séquito de fãs, e com isso turnês com bandas como Ratt, Cinderella, e Quiet Riot, que também vestiam o figurino do Glam.

Dois anos depois a banda apresentou “Open Up and Say... Ahh!” (1988), dono do maior hit da banda até hoje “Every Rose Has Its Thorn”, além dos sucessos "Nothin' But A Good Time", "Fallen Angel" e da cover "Your Mama Don't Dance".

Com o lançamento do segundo álbum a banda se estabelecia como uma das maiores do Hard Rock, mas, depois disso, o Poison resolveu apostar em um visual mais maduro, abandonando as roupas espalhafatosas e o visual Glam. Tal fato, a princípio, não atrapalhou o sucesso e a ascensão da banda, que lançou o seu melhor álbum “Flesh and Blood” (1990), dono de vários dos maiores sucessos de toda a carreira da banda como "Unskinny Bop", "Ride The Wind", “Life Goes On”, "Flesh & Blood (Sacrifice)", e a mega balada "Something To Believe In".

O sucesso trouxe com ele diversas turnês, regadas por excessos, brigas e desgastes de uma forma geral, o que levou a banda, enquanto se resolvia internamente, a soltar o álbum ao vivo “Swallow This Live”, que também trazia quatro faixas inéditas, entre elas, "So Tell Me Why". O período marcou também a saída de C.C. DeVille, por desentendimentos com Bret Michaels por conta do abuso de drogas por parte do guitarrista.

Obviamente o declínio iniciou-se por causa de todos esses motivos, bem como por ocasião do cenário musical, que à época não era favorável para o estilo de som do grupo. Dessa forma, já com o guitarrista Richie Kotzen no lugar de De Ville, a banda adotou estilo mais voltado para o Blues-Rock, e lançou o álbum “Native Tongue” (1993), de onde saiu a bela “Stand”, faixa que inclui coral Gospel. A recepção do álbum, bem menos calorosa, não impediu que a banda continuasse a fazer turnês bem sucedidas, mas problemas internos voltaram a rondar o caminho da banda, dessa vez um caso de traição que envolveu a mulher do baterista Rikki Rockett, que teve o “olho furado” pelo guitarrista recém-contratado que, posteriormente, foi demitido e substituído por Blues Saraceno.

Bret Michaels, líder e vocalista da banda iniciou então a gravação do quarto álbum de estúdio do grupo, mas um grave acidente de carro levou a banda a arquivar temporariamente o projeto. Por conta disso a gravadora decidiu lançar “Poison's Greatest Hits: 1986–1996” (1996), coletânea que fechava os dez primeiros anos de banda, incluindo duas músicas já gravadas pelo grupo "Sexual Thing" e "Lay Your Body Down", que apareceriam depois em “Crack a Smile...and More!” (2000).

A coletânea “Greatest Hits...” traz todos os sucessos citados aqui nesse texto, além de compreender o que a banda fez de mais importante em sua carreira. Quem viveu o auge da banda certamente guarda esse disco em um lugar especial em sua coleção, pelo fato de ele conter canções de refrãos fáceis, grudentos e instrumentais perfumados e adornados de forma tão sem-vergonha que tornam a banda uma das mais queridas da fase em que, paradoxalmente, quanto mais carregada na maquiagem, mais efetiva era banda.

Depois disso, Bret e De Ville fizeram as pazes e o grupo pôde enfim voltar com a formação original. Lançaram álbuns, fizeram turnês, gravaram discos solos, e Bret virou ator e personagem de reality show, entretanto, a parte mais relevante do trabalho da banda já havia sido lançada e eternizada nessa ótima coletânea que revela um pouco do que foram os anos de glitter, maquiagem e cabelos escorridos.

Resenha Publicada em 21/04/2014





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