Resenha do Cd Pump / Aerosmith

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PUMP
AEROSMITH
1989

SONY MUSIC
Por Fabio Cavalcanti

Após um período "obscuro", em que os integrantes se afundaram em drogas, o Aerosmith voltou com tudo em meados dos anos 80, dando continuidade aos seus trabalhos, que mantiveram o estilo rock 'n' roll característico da banda bem estável, mas dessa vez com um certo pé no hard rock "farofa oitentista". Não que essa pequena mudança tenha sido ruim, foi apenas uma adaptação inevitável aos novos tempos (daquela década, claro).

Apesar de terem sido mal recebidos por público e crítica devido ao aumento de exposição da banda na mídia (que viria a resultar no grande destaque comercial das baladas nos anos 90), os álbuns dos anos 80 merecem um espaço junto aos álbuns clássicos da banda lançados nos maravilhosos anos 70.

E é o álbum desta resenha, o "Pump" (1989), que fecha com chave de ouro a fase anos 80 da banda, agradando até os fãs mais xiitas que torceram o nariz para os 3 álbuns anteriores a este. É o divisor de águas definitivo entre a fase do legítimo hard rock e a fase anos 90 (iniciada no álbum "Get A Grip", de 93). Não seria exagero nenhum dizer que esse álbum é tão bom quanto o "Toys In The Attic" ou o "Rocks" (ambos dos anos 70). Basta ter a mente aberta para os anos 80.

Aqui temos a banda totalmente revigorada, mostrando que seu estilo hard rock ainda não estava nem um pouco ultrapassado. A prova está em músicas como "Love In An Elevator" (até hoje um dos maiores hinos indispensáveis da banda) e "The Other Side", principais singles rock do álbum. E seguindo a lei do rock de verdade (se é que isso existe) de lançar apenas 2 baladas básicas no álbum, temos as ótimas "Janie's Got A Gun" e "What It Takes", bem distintas entre si.

Não vamos esquecer também de músicas que, apesar de não terem virado single, são excelentes. Falo da faixa de abertura do álbum, "Young Lust", perfeita para abrir qualquer show da banda, já colada com a segunda faixa (através de um perfeito solo de bateria no final da primeira), " F.I.N.E.", rockão com cara de hino, que representa bem o estilo geral do Aerosmith.

A música "Monkey On My Back" pode parecer estranha pela sua introdução "arrastada", mas impressiona com sua melodia marcante e cheia de estilo. Após a mediana "My Girl", um rockzinho veloz e quase-ska, temos o rock-blues-caipira "Don't Get Mad Get Even", trazendo mais frescor ao conjunto desta obra.

Voltando à tal lei do rock de verdade (digo mais uma vez: se é que isso existe), não poderia faltar a "faixa pesada" do álbum. Estou falando de "Voodoo Medicine Man". Com certeza essa é a música mais experimental do álbum, e consegue misturar perfeitamente blues e heavy metal, com uma batida mais parada, porém vibrante. Mais pontos para a bateria de Joey Kramer.

Fechando o álbum, temos a balada-mor "What It Takes". Ao contrário de "Janie's Got A Gun" (que possui uma temática mais melancólica), essa é a típica balada romântica que mostra a fórmula de sucesso baladeiro dando certo para o Aerosmith. É uma pena que, a partir daí, a gravadora viria a explorar cada vez mais esse potencial meloso de Steven Tyler e cia.

Para terminar, vale citar outro aspecto interessante: 5 vinhetas espalhadas pelo álbum, com destaque para o toque "caipira" em duas acústicas, presentes nas faixas "The Other Side" e "What It Takes". Apesar de não serem nada rock, não deixam de ser surpresas inusitadas ao longo do álbum.

Publicada originalmente no blog Rock em Análise.



Resenha Publicada em 19/06/2013





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