Resenha do Cd Whats My Name / Ringo Starr

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WHATS MY NAME
RINGO STARR
2019

UNIVERSAL MUSIC
Por Anderson Nascimento

Costumo ler críticas, nem sempre positivas, sobre os últimos trabalhos do ex-Beatle Ringo Starr. Até entendo alguns questionamentos, quanto a alguns trabalhos protocolares, que chegaram a trazer poucas canções e quase nenhuma novidade, mas acho também preguiçosa a análise rasa que alguns fazem dos álbuns do batera mais querido do mundo.

No caso de “What’s My Name”, vigésimo álbum de estúdio do Ringão, quem quiser falar mal vai ter que buscar argumentos consistentes, e olha que isso será tarefa bem difícil. Repare que não quero incluir este novo álbum no Top 5 do artista, mas que o disco apresenta algumas pérolas a serem descobertas que sugerem que o disco foi preparado com capricho e esmero. A faixa de abertura “Gotta Get Up To Get Down”, por exemplo, flerta com um som dançante e plena participação do seu cunhado Joe Walsh, mais conhecido como membro da banda Eagles.

Ok, quase todas as fórmulas do passado estão lá: regravações, beatle-homenagem, participações especiais e canções peace-and-love, por sorte o batido tema Liverpool ficou novamente de fora. Mas como não exaltar uma canção deliciosamente pop como “It’s Not Love That You Want”?

A homenagem ficou na bonita versão de “Grow Old With Me”, canção não finalizada por Lennon cujo seu esboço saiu no álbum póstumo “Milk and Honey” (1984), que na versão de Ringo ganhou a participação de Paul McCartney no baixo e nos (pouco perceptíveis) backing vocals.

Uma das pérolas é “Magic”, canção que vai lembrar o Ringo de álbuns como “Bad Boy” (1978), canção que traz um acompanhamento de teclado marcante, bem como um solo de guitarra imponente. Já a versão de “Money”, faz uma homenagem óbvia ao seu passado, enquanto “Better Days” e “Life is Good” são dois outros destaques do disco.

Mas o ponto final desta conversa é: que maravilhosa ideia de criar um tema como “What’s My Name”! A canção que dá nome ao disco e nos deixa ansiosos pelo encerramento do disco é uma cereja neste apetitoso bolo que é o novo disco de Ringo. A composição de Colin Hay, parceiro de longa data do Ringo, faz uma brincadeira com a frase repetida incansavelmente pelo batera nos shows de sua All Starr Band, uma maravilha tanto de produção quanto de interpretação.

Como beatlemaníaco e fã da boa música, se alguém tivesse me dito que eu teria a oportunidade de ver Paul e Ringo, quase octagenários, ainda em atividade relevante, lançando discos tão divertidos como “What’s My Name”, tenho dúvidas se eu acreditaria. Como diz Ringo neste novo álbum “Life is Good” e “Thank God For Music”.

Resenha Publicada em 10/12/2019





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