O primeiro registro de estúdio do Nirvana se alicerçou em meio a brasa e certo desespero. Pesado desde o início, “Bleach” proporciona ao ouvinte uma correta visão do que o grupo passava naquele determinado momento: o árduo amadurecimento musical show a show em ambientes caóticos. É um trabalho maduro, mas sem a notoriedade e criatividade percebida nos demais álbuns.

Diversos adjetivos recaem perfeitamente sobre “Nevermind”. Não se trata apenas do melhor “segundo disco” que uma banda já fez na história do rock n roll, mas é de fato o trabalho mais emblemático da última década do século XX. Ainda hoje, não houve um disco capaz de desencadear a gama de efeitos liberta por este álbum. É, ainda que involuntariamente, genial.

Após o abalo sísmico provido por “Nevermind”, que deixou para trás álbuns de Michael Jackson, Guns n Roses, Metallica e Van Halen, “Incesticide” teve um lançamento forçado para suprir a ânsia comercial da Geffen Records. Composto com incríveis “sobras” de estúdio (sempre presentes em shows), destacam-se “Dive”, “Sliver” e “Aneurysm”, que demonstram o Nirvana em seu estado bruto.

Este é, por certo, o registro mais criativo do grupo. Em 1993, Kurt passava por tortuosos momentos que culminariam com seu suicídio 7 meses após o lançamento do disco. Todas as letras presentes neste álbum são desabafos sinceros de Cobain, projetadas com forte e densa sonoridade. Este é o trabalho de inéditas que sucedeu o monstruoso “Nevermind” e, apesar de ter vendido menos que o álbum antecessor, “In Utero" é o registro mais fértil do Nirvana.

Lançado 7 meses após a morte de Cobain, “Unplugged...” capta todo o peso que projetava-se sobre Kurt, que já contava com a saúde seriamente debilitada e agravada com o vício em heroína. Afora o lado emocional, este disco é construído em sólidos pilares musicais que, apesar de simples, apresentam o Nirvana em seu viés mais silente. É, de fato, a epifania e despedida de Kurt, como se o suspiro final visto em “Where Did You Sleep Last Night” fosse, também, o seu último.

Respondendo aos anseios que clamavam por um álbum ao vivo, Novoselic e Grohl vasculharam nos arquivos da banda os registros dos shows mais emblemáticos da banda, de 1989 a 1994. Trata-se de uma audição interessante, tanto que algumas canções (como “Polly”) apresentam uma versão de letra diferente da registrada em estúdio.

Em outubro de 2002, depois de um vultuoso embate jurídico entre Courtney Love e Dave Grohl, foi lançada a primeira coletânea do Nirvana contendo material inédito: a faixa “You Know You re Right”, cuja densidade chega a eriçar os pêlos da nuca. Além de um item interessante de colecionador, este disco proporciona ao ouvinte uma forma de saciar a saudade da banda.

Este box é, provavelmente, o registro mais completo do Nirvana. Composta por 3 cds (que trazem raridades incríveis, como demos e gravações caseiras dos primórdios da banda), a coletânea ainda brinda-nos com um DVD que, além de apresentações ao vivo, traz também jams sessions e ensaios, uma inclusive realizada do Brasil, quando da vinda do grupo para cá.

Esta nova coletânea é um apanhado das melhores faixas de “With The Lights Out”. Por ser um registro mais compacto e conciso, permite ao ouvinte navegar pelos primórdios da banda de modo mais objetivo. Destaque para a versão punk de “Do You Love Me”, do KISS, presente nesta compilação.

Lançado simultaneamente em formato CD e DVD, “Live at Reading” apresenta um dos melhores desempenhos on stage do Nirvana. Gravado durante a edição de 30 de agosto de 1992 do festival inglês, este álbum é o registro da banda no auge da popularidade, consequência do lançamento de “Nevermind”.